quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Horário da novela.

Alguém desliga o interruptor
Dessa máquina de alienação
Alguém por favor me explica
Porque esse troço não fora projetado
para melhorar nossa educação.

Alguém, será que alguém
me dê uma luz...
E não essa luz multicolor,
que ofusca minha visão.
Alguém por favor desliga esse troço,
se não sou capaz de quebrar essa maldita Televisão.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ela é a sensação

Ela é a sensação
Quando ela chega
Quando ela fala
Ela se impõe
Por vezes ela causa
Ela é a sensação
Que me comove
Que me envolve
Que me faz sentir bem
Faz de mim um ser feliz
Quero que vejam,
que a faço feliz também
Nem que seja
Alguns segundos
Poucos minutos
Algumas horas
Ela causa
E me causa
Uma maravilhosa sensação
Gostosa sensação
De ser querido
Ser correspondido
Ela é minha sensação.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

7 de Setembro - GRITO do IPIRANGA




Bairro de um famoso grito
Mas grito de quem?
De uma antiga monarquia anunciando seu declínio?
Ou seu novo modo de anunciar o assalto?
Então com espadas em punhos
Mãos para o alto!
Disse um carinha chamado Dom Pedro.
Ressaltando dependência ou morte.
A escolha foi feita
Dependência da elite podre
De um imperialismo de seu comércio fútil e torpe
Nessas margens plácidas impregnadas de sujeira
Moro próximo de suas fontes
Desse rio poluído que vira reduto
Pelos infelizes viciados no crack
Parque do Estado
Mais conhecido
Pelo maniaco do parque
Recentemente casado.
Que encontrou sua felicidade
Atrás das grades
Savério, Bristol, Água Funda
Clímax de um orgasmo
Desse vulcão de multidões
Aceitando calados
Essa história de corrupções
Todos vítimas da dependência histórica
do conformismo, alienações, roubo, violências e mentiras
Urubu nessas margens
Nem provou dessas carniças
De pessoas mortas vivas.
Mas também aplaudiu os fantasiados
No 7 de Setembro
Naquele museu de arquitetura imperialista
Moro no Ipiranga se bem me lembro
Que em Tupi é "água roxa" de margens avermelhadas
índios, caboclos, cafuzos, crioulos e bandeirantes
Agora só nos terreiros manifestando seus conselhos
Na Av: Ricardo Jafet sentido a Santos Imigrantes.
Mas se fazem questão de comemorar a independência
Então sejamos independentes
Desligo a TV, rasgo os livros didáticos
Me liberto dessas correntes.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Líquida Tristeza

Derramei a tristeza, como um líquido venenoso

De uma garrafa de vinho barato

Escorreru-se pelo esgoto

Pela estrada, deixei passos e pegadas

As marcas que não foram cicatrizadas

De uma vida, martirizada

Eu corri, como um menino, rindo da própria desgraça

Prossigo no isolamento incomum

A consciência, em trevas, não há beleza em lugar algum

Só pessoas e atitudes perversas, tristeza em comum.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lembranças do agora.

Minhas lembranças
Nostalgias de minhas andanças
Ruas e vielas, morro,
ladeiras de minha favela
Flor do monte que ofereço a ela
Meu passado me condena
Meu presente é minha sentença
Tão sublime,
que nem mereço tal recompensa
Passado obscuro,
encontrando o fim do mundo
Mas o mundo se renova
Seu fim traz experiências de outrora
Favela que cresce de hora em hora.
Nostálgicas lembranças do agora.

sábado, 6 de agosto de 2011

O mudo e o violão.


Naquele banquinho ele estava só.
E parecia distante...
Ele e seu violão.
Eu, observava-o de longe,
e ia apreciando a harmonia.
Que ele descontraidamente,
tirava daquelas seis cordas.
Não abria a boca pra nada.
E de cabeça baixa.
Ele ia dedilhando.
Ele ia olhando...
Como que admirando.
A manipulação de seus dedos.
Construindo cada acorde.
Extraindo cada som.
Que sem palavras,
Interpretava a vida e a morte.
De quando em quando mudava o tom.
Mas a vibração de cada corda.
Me parecia dizer alguma coisa...
E ela dizia.
"Sou apenas um mudo.
Morto na linguagem.
Mas vivo na emoção.
Quem quiser me ouça.
E quem quiser tire a própria conclusão."

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dose de Nostalgia

Me vê a dose de um Whisky antigo.
Para com o tempo, melhor possa eu me embriagar.
Me vê aquele cigarro com puta mal trago bandido.
E na fumaça. esse mesmo tempo, possa me roubar.
Me vê a maior quantidade de vícios seus,
pra que eu possa ao menos escolher.
A qual delas vou me adaptar.

Me vê suas lembranças e sonhos perdidos.
Quem sabe até posso divagar...
E rir um pouco,
dessa sua tal nostalgia.
E nos tempos em que falávamos de revolução e rebeldia.
Que agora virou piada em nosso estranho dia dia.
Mê vê esses tempos que não mais voltam.
Mas apenas em nossas memórias.
E volta, nos enganando.
Fazendo com que apenas fiquemos pensando.
Que vivíamos em um tempo bom...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Encarnação III


Encarnei.
E pelo véu do esquecimento...
Me sujeitei...
A esquecer o que vivi.
A subtrair tudo o que não aprendi.
Resumindo a zero.
O que achava que compreendi...

Puta engano...
Agora estou aqui,
quase que relembrando.
Desgraças,
maus planos,
minha arruinada fuga
e o estado de abandono.

Fugazes...
Lapsos de memória.
Tenazes.
Que me deixam confuso.
Como num beco obscuro,
quase que não enxergando.
A vida que ainda vivo.
Que só é questão de tempo.
Como um sopro ou como um vento.
Levando embora o meu conhecimento.
Preservando minha tal ignorância.
A única riqueza que me restou.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Soneto do Capitalismo Universal.

O Estado nos criou.
Mais um número.
Seja bem vindo.
A um universo estatístico.

Numerologia que envolve os cifrões.
As estrelas, valores e constelações.
Desse universo vasto e amplo.
Também de mazelas e conspirações.

Estrelas e infinitos...
Estamos nesse abismo.
Submergindo nosso positivismo.
Dessas prestações, alimentando o capitalismo.

Contagens ruins...

Se pegarmos as estrelas do universo.
Multiplicarmos cada grão de areia do Saara.
Elevarmos a potência por cada gota,
daquelas que compõe o oceano.
Teremos o resultado final.

Que nessa vida.
Não valemos menos que 1 real.

Mas o que levarmos daqui como conhecimento.
Ah... Isso é milionário.



POR:
Dimenor & Paulo Rams


sábado, 9 de julho de 2011

Por um bom tempo

As atrações que me deixaram desatento.
As multidões que caminharam contra o vento.
Alienações que me fizeram,
ser estático por um bom tempo.

Por um bom tempo...

Cortaram meus pulsos.
E eu sem saber quem me deixou,
enforcado no fundo de um quintal...
Quem trocou meu vício, pelo prazer banal.
Quem? Que diante de um espelho,
dava risada e achava isso tudo normal.
Sendo estático por um bom tempo....

Por um bom tempo...

As ações me deixaram mais velho e mais lento.
As confusões me permitiram, enlouquecer antes do tempo.
Alucinações que me deixava, cada vez mais querendo.
Querendo, por um bom tempo...

Por um bom tempo...

Me suicidei e renasci...
Me insurgi e por isso morri...
De desgosto pela falta do oposto...
Não tinha o porquê sorrir...
E sem sorrir por um bom tempo...

Por um bom tempo....

Por isso mesmo,
tive o maior de todos os medos.
Por um bom tempo tive medo de mim...

Apenas de mim.
Eu era o meu maior inimigo...
Isso por um bom tempo....

IN MEMORIAM
de Giovani 08/07/2011
que estudou na 5º Série do (EJA) EMEF. Olavo Fontiura.
Esteja em Paz.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cidade caída

Babilônia prevista na bíblia.
Chamas acesas,
nos escombros as vidas...

Sedução do consumo.
Predatório consumo,
percas de tempo...
Nos templos e congregações.
E nos velórios...
Tristes velórios cultuando seus mortos.

Choro, risada...
Olha o palhaço fazendo a piada.
Com a Babilônia caída.

Escombros.
Concretos em pó.
E mais escombros...
Olha o filho,
que carrega seu pai no ombro...
Com os pés calejados,
a vergonha de seu passado.
A puta que pariu o filho,
se esconde em seus esquecidos sonhos.
De jovem donzela querendo encontrar seu príncipe.
E arquiteta seu novo plano.

Mas é tarde,
a cidade caiu.
Torre de Babel maldita.
Que já fora identificada,
nos textos sagrados da bíblia.
A cidade caída.
Nos raios dessa cidade suicida.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

(Trovador Mineiro)


Se um dia ocê quisé me encontrar...
Aponte pro sul de minas,
e ande...
ou melhor galope.

Siga o cheiro do doce com queijo,
de um beijo da morena de olhar mineiro.
Da velhinha barrendo o quintá.
Das maritacas no milhará.

O boi geme no
mourão,
tucano avoa pro pé de mamão,
cantando seu canto inteligente,
avisando pra essa gente
o ronco do trovão.

por: Bruno A. Campos

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sussurro de uma brisa

Sensação de amor.
Que carrega em meu peito
Serás mesmo o amor?
Que sejas assim feito.

O vento num impulso,
soprava...ventania... brisa...
Que me sussurrava.
Vai, vai, vai...

Não para de ir, não para.
Vai que esse amor...
É alivio de toda magoa.
Arranco fora meu rancor.
Amor que renova.
A nova, que me diz que a cova,
só se abre se eu quiser.

Alivio de meus olhos,
alivio dos meus poros,
que não mais se congestionam.
O peso das pálpebras,
não mais me enganam...

O vento como um impulso
soprava...ventania... brisa...
Que me sussurrava.
Vai, vai, vai...

Viva o novo amor.
Viva, ame e sobreviva.
E o vento sussurrava.
VIVA O AMOR.



domingo, 12 de junho de 2011

DOBRE

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritorportuguês. 123º Aniversário do poeta.
      Peguei no meu coração
      E pu-lo na minha mão

      Olhei-o como quem olha
      Grãos de areia ou uma folha.

      Olhei-o pávido e absorto
      Como quem sabe estar morto;

      Com a alma só comovida
      Do sonho e pouco da vida.

    Fernando Pessoa, 1913

    Biografia

    Fernando Pessoa

    Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa, aí morreu em 1935, e poucas vezes deixou a cidade em adulto, mas passou nove anos da sua infância em Durban, na colónia britânica da África do Sul, onde o seu padrasto era o cônsul Português. Pessoa, que tinha cinco anos quando o seu pai morreu de tuberculose, tornou-se num rapaz tímido e cheio de imaginação, e num estudante brilhante.

    Pouco depois de completar 17 anos, voltou para Lisboa para entrar na universidade, que cedo abandonou, preferindo estudar por sua própria conta, na Biblioteca Nacional, onde leu sistematicamente os grandes clássicos da filosofia, da história, da sociologia e da literatura (portuguesa em particular) a fim de completar e expandir a educação tradicional inglesa que recebera na África do Sul. A sua produção de poesia e de prosa em Inglês foi intensa, durante este período, e por volta de 1910, já escrevia também muito em Português. Publicou o seu primeiro ensaio de crítica literária em 1912, o primeiro texto de prosa criativa (um trecho do Livro do Desassossego) em 1913, e os primeiros poemas em 1914.

    Vivendo por vezes com parentes, outras vezes em quartos alugados, Pessoa ganhava a vida fazendo traduções ocasionais e redacção de cartas em inglês e francês para firmas portuguesas com negócios no estrangeiro. Embora solitário por natureza, com uma vida social limitada e quase sem vida amorosa, foi um líder activo do movimento Modernista em Portugal, na década de 10, e ele próprio inventou vários movimentos, incluindo um "Interseccionismo" de inspiração cubista e um estridente e semi-futurista

    Pessoa manteve-se afastado das luzes da ribalta, exercendo a sua influência, todavia, através da escrita e das tertúlias com algumas das mais notáveis figuras literárias portuguesas. Respeitado em Lisboa como intelectual e como poeta, publicou regularmente o seu trabalho em revistas, boa parte das quais ajudou a fundar e a dirigir, mas o seu génio literário só foi plenamente reconhecido após a sua morte. No entanto, Pessoa estava convicto do próprio génio, e vivia em função da sua escrita. Embora não tivesse pressa em publicar, tinha planos grandiosos para edições da sua obra completa em Português e Inglês e, ao que parece, guardou a quase totalidade daquilo que escreveu.

    Em 1920, a mãe de Pessoa, após a morte do segundo marido, deixou a África do Sul de regresso a Lisboa. Pessoa alugou um andar para a família reunida - ele, a mãe, a meia irmã e os dois meios irmãos - na Rua Coelho da Rocha, nº 16, naquela que é hoje a Casa Fernando Pessoa. Foi aí que Pessoa passou os últimos 15 anos da sua vida - na companhia da mãe até à morte desta, em 1925, e depois com a meia irmã, o cunhado e os dois filhos do casal (os meios irmãos de Pessoa emigraram para a Inglaterra).

    Familiares de Pessoa descreveram-no como afectuoso e bem humorado, mas firmemente reservado. Ninguém fazia ideia de quão imenso e variado era o universo literário acumulado no grande baú onde ele ia guardando os seus escritos ao longo dos anos.

    O conteúdo desse baú - que hoje constitui o Espólio de Pessoa na Biblioteca Nacional de Lisboa - compreende os originais de mais de 25 mil folhas com poesia, prosa, peças de teatro, filosofia, crítica, traduções, teoria linguística, textos políticos, horóscopos e outros textos sortidos, tanto dactilografados como escritos ou rabiscados ilegivelmente à mão, em Português, Inglês e Francês. Pessoa escrevia em cadernos de notas, em folhas soltas, no verso de cartas, em anúncios e panfletos, no papel timbrado das firmas para as quais trabalhava e dos cafés que frequentava, em sobrescritos, em sobras de papel e nas margens dos seus textos antigos. Para aumentar a confusão, escreveu sob dezenas de nomes, uma prática - ou compulsão - que começou na infância. Chamou heterónimos aos mais importantes destes "outros", dotando-os de biografias, características físicas, personalidades, visões políticas, atitudes religiosas e actividades literárias próprias. Algumas das mais memoráveis obras de Pessoa escritas em Português foram por ele atribuídas aos três principais heterónimos poéticos - Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos - e ao "semi-heterónimo" Bernardo Soares, enquanto que a sua vasta produção de poesia e prosa em Inglês foi, em grande parte, creditada aos heterónimos Alexander Search e Charles Robert Anon, e os seus textos em francês ao solitário Jean Seul. Os seus muitos outros alter-egos incluem tradutores, escritores de contos, um crítico literário inglês, um astrólogo, um filósofo e um nobre infeliz que se suicidou. Havia até um seu "outro eu" feminino: a corcunda e perdidamente enamorada Maria José. No virar do século, sessenta e cinco anos depois da morte de Pessoa, o seu vasto mundo literário ainda não está completamente inventariado pelos estudiosos, e uma importante parte da sua obra continua à espera de ser publicada.

    Fonte: Casa Fernando Pessoa


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Encarnação II

Faço escolhas!
E as escolhas que faço.Torno-me de fato.
Um eterno estudante.
Em constante aprendizado,
desse mundo, que parece complicado.
Mas é tão simples,
como observar o vôo de um pássaro.
Sou aprendiz até quando durmo.
E de um sono profundo.
Um sono, assim sonhado...
Volto para o chão com os pés plantados.
De pesadelos, como num estado de abandono.
Abandono desse Estado.
Estado parindo filhos.
E os deixando deserdados.
Deserdados dessa bendita pátria.
Que me encoberta nesse véu.
Me impedindo das visões dos Orixás.
Oh! Pai eterno, peço perdão meu Oxalá.
Minhas falhas, meus enganos...
Meu atraso de maus planos.
Arcaico modo de pensar.
Minhas atitudes impulsivas.
Os becos que entrei sem saída.
Minha paixão mal resolvida.
Inflamada de compressão.
Minha encarnação?
É válvula de escape.
Que explodindo em revolução,
respira o oxigênio de uma conspiração.
Encarnação minha,
complexidade desse mundo.
Eu mesmo me confundo.
Com meus sentimentos,
em dimensão de oceano profundo.

Apenas um sonho real.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

UM BRINDE!!!

Um brinde a esse gostinho de inferno!
Queimando a língua.
Como uma resposta de inquérito!

UM BRINDE!!!

É merecido... Seja qual for o mérito!
O que fez equívoco ou melhoria...
Seja bem vindo ao desequilíbrio desse século.

UM BRINDE!!!

A todas as derrotas e conquistas...
Aos vários horizontes...
E aos becos de entrada sem saída.

UM BRINDE!!!

Um brinde ao absurdo.
São as trevas, verdadeiras...
Faces deste mundo.

UM BRINDE!!!

Um brinde bem negativista.
Infelizmente, maus caros...
Realidade dessa vida.

UM BRINDE!!!

Ao teor alcoólico...
Que me fez escrever isso....

terça-feira, 31 de maio de 2011

Fundão do Ipiranga

Percebo quando falho.
E se falho é coisa séria.
Faço minha correção,
aqui no bairro Maria Estela.

Admiro um som de Jazz.
E o solo de um sax.
Quero a harmonia dos irmãos.
Do meu Jardim Clímax.

É bonito de se ver,
A molecada dançando um Soul.
Pelas vielas e ladeiras,
Seja bem vindo ao Parque Bristol.

Jd. São Savério, Celeste, Livieiro,
Vila Moraes, Água Funda e Campanário.
Lutamos pela construção dessa quebrada.
Para mostrar-se como belo cenário.

Eis o Fundão do Ipiranga,
esta área privilegiada,
de pessoas em parceria,
da ação revolucionária.

sábado, 14 de maio de 2011

Odores

O cheiro com suas dores
Cheiro de morte
Cheiro de sangue
Cheiro de toda sorte
E da nossa luta constante.

Cheiro incessante
De uma erva pra viajar
Para aliviar...
Pelas vielas sem sair do lugar.

Nas vielas...
Sente cheiro de guerra
Da competição,
sinta esse cheiro da inveja.
Cheiro de maldade
Da adrenalina
afundando o nariz
na maldita cocaína.

Cheiro da madrugada
E as biqueiras estão lotadas.
Biqueira é como as igrejinhas e os bares.
Uma do lado da outra, em todas as partes.

Sente o cheiro da pedra que mata.
É do crack.
Que é moda na minha quebrada.
Isso cheira a desgraça.
Cheiro ruim.
é de mais um irmão,
mandando na lata.

Sente o cheiro desses córregos
Barraco de madeira
Olha as crianças brincando
A beira dos esgotos.
Sentiu o cheiro da merda
Fede não é...

Pois é...
Sinta isso...
Está sentindo?
Sinta o cheiro da cachaça,
daquele irmão
Estirado ali na calçada.

E o cheiro da poluição...
Está impregnado em minhas roupas.
E o cheiro da destruição...
É o que me ligam ...
Com essas mentes loucas.

Que cheiro é esse?
É um odor diferente de interesses.
Cheiro de traidores,
Oportunistas.
E que querem ser chamado de senhores.
Cheiro ruim de partidos políticos.
De promessas para população.
Mal cheiro no ar.
É mais uma eleição.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Favelado que a elite não esperava!

Ouvi alguém dizer...
Que não sou boa gente.
Que eu não tenho poder.
E que se eu passar dos 30,
já passei da validade de viver...

Outros me disseram...
Que sou mero favelado.
Que ando com tênis sujo enlameado.
Que sou um pé rachado.
E não tenho se quer procedê.

Mas o tempo é patriarca.
O tempo é rei meu camarada!
Quem um dia, abriu a boca pra dizer....
Se surpreende com livros na minha mão.
Abre a boca agora, não entendendo o porque!

O favelado que a elite não esperava.
Escreve livros e participa,
das manifestações literárias.
E continua com o pé rachado,
com o tênis furado.
E ainda favelado.

O tempo é rei, o tempo é patriarca.
O bandido verdadeiro,
Se não tem gravata, veste farda.
E o poder não é...
Pra essas malas estereotipadas.

Não preciso mudar da favela.
O que preciso é contribuir pra mudar.
A visão que "eles" tem sobre ela. .
E que somos boa gente.
E não é com uma arma na mão.
Mas de uma forma inteligente.



domingo, 24 de abril de 2011

Dia Santo

Dia especial
Um dia santo
Todos os dias
Nem todos são santos
Para todos os santos
Todos trabalhando
Trabalho é santo
É santo trabalhando
Se santificando
Abençoado o trabalho
E que esse seja santo
Que assim seja
Santos dias
Trabalhados
Que seja assim
Um dia especial
Um dia santo
Sem guerras
Com paz
Sem lutas
Com harmonia
Sem competição
Com solidariedade
Sendo assim
Um dia santo
Um santo dia a dia
Todo dia é santo
Que assim seja.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Suicida em potencial

Foi ao poço e caiu em seu fundo, depois de ter percorrido um longo espaço de lama. No seu rosto derramaram-se lágrimas, que materializadas em suas recordações sentia-se a mais infeliz da espécie humana.

Era o sacrifício que concretizava a maior de suas dores, viver, nunca fora nada daquilo que almejava, nem aquilo que agora experimentara, não havia reconhecimento de sua pessoa, diante da sociedade, ao que já tinha realizado.

E o que um dia pensava ter sido um amor, o havia rejeitado, menosprezado, humilhado. Não queria ter uma existência de individuo frustrado.

E no auge de sua angústia, seu coração endureceu-se, e esse peso enrijecido, compelia sua própria alma, negando tudo que já tinha feito e sem esperança alguma, do que ainda poderia fazer.

Até ali seu mundo era um oceano de ilusão, em nada mais acreditava.

Pensava seriamente em saltar de uma passarela, no meio de uma via movimentada em um fluxo constante de carros e caminhões, exterminando assim suas psicoses.

Ou mesmo compraria um revolver, de qualquer calibre, introduzindo assim um projétil em seu crânio, pensou também em afundar-se em uma grande quantidade de cocaína, que o levaria a uma overdose imediata, ou mesmo se atiraria nos trilhos de um trem de qualquer estação próximo a sua casa.

Não importava a forma pensava neuroticamente em exterminar-se.

De tudo isso nada fez, porém, já era um suicida em potencial e de todos os males que pensou em fazer consigo mesmo, fez aquilo que um covarde faria.

Viver se lamentando o resto de sua existência arruinada.

Acreditando que de todos os infortúnios o maior de todos foi ter nascido nesse mundo e sujeitar-se a viver por causa natural. Das conseqüências de sua covardia.

O mundo dele já não mais existia.

sábado, 9 de abril de 2011

Aos tradicionalistas

Não tem problema,
você finge que ensina
eu finjo que aprendo.
Por vezes diz coisas que eu não entendo.
Mas é assim mesmo,
vivendo e aprendendo.
Suas palavras difíceis,
cultas e coloquiais.
Viram dialetos para o meu vocabulário,
enriquecido pelas gírias marginais.
Sou cidadão periférico,
vejo tanta coisa errada.
E é por isso que eu contesto.
Sua dialética, sua didática,
afirmando que está tudo bem,
que está tudo certo.
Reproduzindo os fatos escritos,
pelos malditos vencedores....
Precursores da miséria.
Vou continuar apenas fingindo que acredito.
Fingindo que aprendo,
algo que pra mim não tem o menor sentido.
Como um recipiente vazio de um monte de lixo.
Depositando mentiras e crueldades.
Não tem problema.
Só não cai pra grupo.
Com a literatura marginal,
eu me armo obtenho meu escudo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Sentido Terminal Capelinha

Puta trânsito...

Vou escrever.

Sei lá, qualquer parada que me aparecer.

Olho pela janela.

Carros, ônibus, caminhões e motos.

Congestionamento.

Em São Paulo é rotina.

E eu dentro do coletivo.

Ônibus sanfonado.

Não importa o tamanho.

Sempre está lotado.

Pelo menos viajo sentado.

Uma viagem sem sair do lugar.

A porra do buzão ta parado.

Quando chegar ao terminal.

Ainda tenho outra fila.

Pra outro ônibus esperar.

Com fone no ouvido.

Escutando um Espaço Rap.

U bagulho é loco.

Ao menos como diz o Hood.

Rap Du bom.

Distrai-me um pouco.

Nesse meu mundo.

Escrevo essas linhas.

Sentido o terminal Capelinha.

sábado, 26 de março de 2011

Depois de Chorar

Cada lágrima é uma dívida.

Que o seu rosto contrai.

Se paga exercitando os músculos de sua face.

Na manifestação de um sorriso.

Sorria!

Mesmo que esteja sendo filmado.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ao prefeito de Sampa

Oportunistas matutos.

De partido coronelista.

Herdeiro da militar ditadura.

Hoje prefeito.

Amanhã governador.

Quem sabe presidente?

Espero que não!

São como pestes conservadoras.

Propagam-se como baratas.

ARENA, PFL, DEMONIOCRATAS.

Não entra em ônibus.

Vai ver que é por isso.

Que no Brasil todo,

pagamos a maior tarifa.

E para se manter no poder.

Deserta de seu partido e cria nova sigla.

terça-feira, 22 de março de 2011

Ditadores das Regras


História é um barato.

Previsível como jogo de cartas marcadas.

Pelos impérios ocidentais.

Ditando regras, armando suas jogadas.

Até hoje procuram no Afeganistão.

Os vestígios de Osama Bin Laden.

No oriente médio tomam de assalto.

Toda a riqueza do solo de um povo árabe.

Saddam Hussein foi sentenciado.

Tirado do buraco como um rato.

Seu fim.

Como em tempos medievais enforcado.

Talvez o mesmo destino que maquinam.

Para Ahmadinejad no Irã.

Para os ditadores do Bahrein, Iêmen e Síria.

Mas a bola da vez é Muammar Khadafi na Líbia.

Palmas para aqueles que pregam a Democracia.

Propagando um banho de sangue e selvageria.

Palmas para os senhores da guerra.

A história nos ensina, ela se repete e nos revela.

Quem são os verdadeiros ditadores das regras.

Intervenções militares.

Armamentos bélicos de última tecnologia.

Para dizimar povos e impor o que eles chamam .

De DEMOCRACIA.

domingo, 20 de março de 2011

Autômato

Não pergunte, não estude!

Não leia, não escreva!

Não diga não se arrisque!

Não se sensibilize não se regozije!

Não seja não creia, não crie.

Não acredite não tenha fé!

Não pense, cale-se!

Não pare não saia.

Não olhe não mire!

Não queira e não se admire.

Seu querer é não saber exatamente no que quer.

Se chegar a querer algo.

Fique no se.

Esqueça!

Só não esqueça.

Não enriqueça!

Não se adapte.

Não cogite não apite, não opte.

Não reivindique!

Não apareça não pareça!

Não perca novamente a cabeça.

Não corra não ande!

Não olhe pra traz e não se levante.

Não saia da poltrona.

Não peça carona.

Não arrisque não petisque!

Não trabalhe para si.

Pois é dos outros o lucro que se tem no bolso.

Não tenha, não obtenha!

Não reclame, não procure e não se segure.

Não interprete, não cante e não se estranhe!

Não esqueça que para o Sistema.

Você é um autômato!

Uma Máquina programada!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mulheres de Aquário

Mulheres que são deusas.

Delicadas, pequenas, mas gigantescas.

Mulheres divinas e não apenas.

São de Vênus, Amazonas e de Atenas.


Mulheres mães, esposas, irmãs, filhas e amantes.

Mulheres operárias, trabalhadoras e militantes.


Mulheres lendárias.

Astutas, perigosas.

Sedutoras e revolucionárias.


Mulheres de ação.

Sem elas... Nós homens.

Não temos chão.


Mulheres como Pagu, Rosa Luxemburgo,

Maria Bonita, Rosa Parks e Olga Benário.

Como Joana D’arc, Janis Joplim, Winnie Mandela,

E as mães argentinas da praça de maio.


São alguns exemplos.

De mulheres de opinião.

Do movimento feminista.

Reverenciamos como inspiração.


Já dizia o poeta Vinícius de Moraes.

Que as mulheres da era de aquário.

São tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais.


Se o que se quer é a boa esposa.

A aquariana pousa.


Se o que se quer é outra coisa.

A aquariana ousa.


Se o que se quer é muito amor.

A aquariana é mulher macho sim senhor.


Porém não são possessivas.

Nem procuram dominar.

Ou são meigas e passivas.

Ou botam pra quebrar.


Do Sarau mais feminista de São Paulo.

Navegando continuo nesse mar.

Dessa arte eis o novo cenário.

Essa é para as mulheres da Cidade Ademar.



sexta-feira, 4 de março de 2011

Martelada no dedo

Como deve ser o gosto do amor?

Será como plantar uma flor?

Ou deve ser uma martelada no dedo,

em uma dor que acusa a própria força de violentar a paz,

de vida fria e sem valor.

O amor será a paixão calorosa e ardente?

Ou uma flor mal cuidada,

implorando pra que seja regada,

por nossos olhos cegos,

furando a parede em marteladas.

O amor é sutil como pétala de orquídea?

Ou selvagem como vício no labirinto sem saída?

O amor é tudo,

o amor é nada!

O amor é uma dor de solidão compartilhada.

* Inspirada na frase do companheiro de caminhada Bruno A. Campos

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sítio Agudo

Acordo com o canto do galo

São quatro ou cinco da manhã

Faz um bom tempo que no mato

Afasto-me de meu cotidiano afã

Região serrana e vegetação rica

O que se planta nasce

O que se colhe

A fome não tem parte

Todos vivem muito bem, obrigado

Em seu vai e vem melindroso

Levando seus garrotes e bois

Para o pasto espaçoso

Diversas plantações de frutas e legumes

Erva, feijão, macaxeiras, tomates,

Limão, bananeiras, laranjas, abacates,

Mangueiras, pé de jaca e goiabeiras,

Pé de acerola, melancia e graviola.

O nome é sítio agudo

Onde não se tem miséria, tem de tudo

Só não tem água encanada

Pois essa é tirada direto da fonte

De um poço, por baixo da terra

Que se encontra abundante

Tem o sol e tem a chuva

E o ar de maravilha pura

Os cachorros latem,

Os pássaros fazem festa

Musicando essa bela paisagem

Escurece no sítio

E na varanda iluminada apenas pela lua

Dedilho um violão

A natureza é minha devoção

Depois descanso na rede

Comungando com a avó em sua oração.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Coletivo Perifatividade

No fundão do famoso bairro do Ipiranga

Na divisa com a região do grande ABCD

Surge o movimento

Mostrando a periferia como tem que ser

Atividade alegre, com música e poesia

Ações sociais que identificam ousadia

Ousadia de quem merece de quem cresce

De quem trabalha o ano todo

Mas da cultura não esquece

Intervenções na comunidade

Mostra-se o valor da bela arte

E quem chega pra somar

Desse movimento também faz parte

Dos quadros e telas

Paredes sem reboque

Grafites, estêncil e frases soltas

Que a elite entra em choque

É o movimento da coletividade

No Sarau PERIFATIVIDADE.