terça-feira, 21 de junho de 2011

Sussurro de uma brisa

Sensação de amor.
Que carrega em meu peito
Serás mesmo o amor?
Que sejas assim feito.

O vento num impulso,
soprava...ventania... brisa...
Que me sussurrava.
Vai, vai, vai...

Não para de ir, não para.
Vai que esse amor...
É alivio de toda magoa.
Arranco fora meu rancor.
Amor que renova.
A nova, que me diz que a cova,
só se abre se eu quiser.

Alivio de meus olhos,
alivio dos meus poros,
que não mais se congestionam.
O peso das pálpebras,
não mais me enganam...

O vento como um impulso
soprava...ventania... brisa...
Que me sussurrava.
Vai, vai, vai...

Viva o novo amor.
Viva, ame e sobreviva.
E o vento sussurrava.
VIVA O AMOR.



domingo, 12 de junho de 2011

DOBRE

Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritorportuguês. 123º Aniversário do poeta.
      Peguei no meu coração
      E pu-lo na minha mão

      Olhei-o como quem olha
      Grãos de areia ou uma folha.

      Olhei-o pávido e absorto
      Como quem sabe estar morto;

      Com a alma só comovida
      Do sonho e pouco da vida.

    Fernando Pessoa, 1913

    Biografia

    Fernando Pessoa

    Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em 1888, em Lisboa, aí morreu em 1935, e poucas vezes deixou a cidade em adulto, mas passou nove anos da sua infância em Durban, na colónia britânica da África do Sul, onde o seu padrasto era o cônsul Português. Pessoa, que tinha cinco anos quando o seu pai morreu de tuberculose, tornou-se num rapaz tímido e cheio de imaginação, e num estudante brilhante.

    Pouco depois de completar 17 anos, voltou para Lisboa para entrar na universidade, que cedo abandonou, preferindo estudar por sua própria conta, na Biblioteca Nacional, onde leu sistematicamente os grandes clássicos da filosofia, da história, da sociologia e da literatura (portuguesa em particular) a fim de completar e expandir a educação tradicional inglesa que recebera na África do Sul. A sua produção de poesia e de prosa em Inglês foi intensa, durante este período, e por volta de 1910, já escrevia também muito em Português. Publicou o seu primeiro ensaio de crítica literária em 1912, o primeiro texto de prosa criativa (um trecho do Livro do Desassossego) em 1913, e os primeiros poemas em 1914.

    Vivendo por vezes com parentes, outras vezes em quartos alugados, Pessoa ganhava a vida fazendo traduções ocasionais e redacção de cartas em inglês e francês para firmas portuguesas com negócios no estrangeiro. Embora solitário por natureza, com uma vida social limitada e quase sem vida amorosa, foi um líder activo do movimento Modernista em Portugal, na década de 10, e ele próprio inventou vários movimentos, incluindo um "Interseccionismo" de inspiração cubista e um estridente e semi-futurista

    Pessoa manteve-se afastado das luzes da ribalta, exercendo a sua influência, todavia, através da escrita e das tertúlias com algumas das mais notáveis figuras literárias portuguesas. Respeitado em Lisboa como intelectual e como poeta, publicou regularmente o seu trabalho em revistas, boa parte das quais ajudou a fundar e a dirigir, mas o seu génio literário só foi plenamente reconhecido após a sua morte. No entanto, Pessoa estava convicto do próprio génio, e vivia em função da sua escrita. Embora não tivesse pressa em publicar, tinha planos grandiosos para edições da sua obra completa em Português e Inglês e, ao que parece, guardou a quase totalidade daquilo que escreveu.

    Em 1920, a mãe de Pessoa, após a morte do segundo marido, deixou a África do Sul de regresso a Lisboa. Pessoa alugou um andar para a família reunida - ele, a mãe, a meia irmã e os dois meios irmãos - na Rua Coelho da Rocha, nº 16, naquela que é hoje a Casa Fernando Pessoa. Foi aí que Pessoa passou os últimos 15 anos da sua vida - na companhia da mãe até à morte desta, em 1925, e depois com a meia irmã, o cunhado e os dois filhos do casal (os meios irmãos de Pessoa emigraram para a Inglaterra).

    Familiares de Pessoa descreveram-no como afectuoso e bem humorado, mas firmemente reservado. Ninguém fazia ideia de quão imenso e variado era o universo literário acumulado no grande baú onde ele ia guardando os seus escritos ao longo dos anos.

    O conteúdo desse baú - que hoje constitui o Espólio de Pessoa na Biblioteca Nacional de Lisboa - compreende os originais de mais de 25 mil folhas com poesia, prosa, peças de teatro, filosofia, crítica, traduções, teoria linguística, textos políticos, horóscopos e outros textos sortidos, tanto dactilografados como escritos ou rabiscados ilegivelmente à mão, em Português, Inglês e Francês. Pessoa escrevia em cadernos de notas, em folhas soltas, no verso de cartas, em anúncios e panfletos, no papel timbrado das firmas para as quais trabalhava e dos cafés que frequentava, em sobrescritos, em sobras de papel e nas margens dos seus textos antigos. Para aumentar a confusão, escreveu sob dezenas de nomes, uma prática - ou compulsão - que começou na infância. Chamou heterónimos aos mais importantes destes "outros", dotando-os de biografias, características físicas, personalidades, visões políticas, atitudes religiosas e actividades literárias próprias. Algumas das mais memoráveis obras de Pessoa escritas em Português foram por ele atribuídas aos três principais heterónimos poéticos - Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos - e ao "semi-heterónimo" Bernardo Soares, enquanto que a sua vasta produção de poesia e prosa em Inglês foi, em grande parte, creditada aos heterónimos Alexander Search e Charles Robert Anon, e os seus textos em francês ao solitário Jean Seul. Os seus muitos outros alter-egos incluem tradutores, escritores de contos, um crítico literário inglês, um astrólogo, um filósofo e um nobre infeliz que se suicidou. Havia até um seu "outro eu" feminino: a corcunda e perdidamente enamorada Maria José. No virar do século, sessenta e cinco anos depois da morte de Pessoa, o seu vasto mundo literário ainda não está completamente inventariado pelos estudiosos, e uma importante parte da sua obra continua à espera de ser publicada.

    Fonte: Casa Fernando Pessoa


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Encarnação II

Faço escolhas!
E as escolhas que faço.Torno-me de fato.
Um eterno estudante.
Em constante aprendizado,
desse mundo, que parece complicado.
Mas é tão simples,
como observar o vôo de um pássaro.
Sou aprendiz até quando durmo.
E de um sono profundo.
Um sono, assim sonhado...
Volto para o chão com os pés plantados.
De pesadelos, como num estado de abandono.
Abandono desse Estado.
Estado parindo filhos.
E os deixando deserdados.
Deserdados dessa bendita pátria.
Que me encoberta nesse véu.
Me impedindo das visões dos Orixás.
Oh! Pai eterno, peço perdão meu Oxalá.
Minhas falhas, meus enganos...
Meu atraso de maus planos.
Arcaico modo de pensar.
Minhas atitudes impulsivas.
Os becos que entrei sem saída.
Minha paixão mal resolvida.
Inflamada de compressão.
Minha encarnação?
É válvula de escape.
Que explodindo em revolução,
respira o oxigênio de uma conspiração.
Encarnação minha,
complexidade desse mundo.
Eu mesmo me confundo.
Com meus sentimentos,
em dimensão de oceano profundo.

Apenas um sonho real.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

UM BRINDE!!!

Um brinde a esse gostinho de inferno!
Queimando a língua.
Como uma resposta de inquérito!

UM BRINDE!!!

É merecido... Seja qual for o mérito!
O que fez equívoco ou melhoria...
Seja bem vindo ao desequilíbrio desse século.

UM BRINDE!!!

A todas as derrotas e conquistas...
Aos vários horizontes...
E aos becos de entrada sem saída.

UM BRINDE!!!

Um brinde ao absurdo.
São as trevas, verdadeiras...
Faces deste mundo.

UM BRINDE!!!

Um brinde bem negativista.
Infelizmente, maus caros...
Realidade dessa vida.

UM BRINDE!!!

Ao teor alcoólico...
Que me fez escrever isso....