sexta-feira, 29 de julho de 2011

Encarnação III


Encarnei.
E pelo véu do esquecimento...
Me sujeitei...
A esquecer o que vivi.
A subtrair tudo o que não aprendi.
Resumindo a zero.
O que achava que compreendi...

Puta engano...
Agora estou aqui,
quase que relembrando.
Desgraças,
maus planos,
minha arruinada fuga
e o estado de abandono.

Fugazes...
Lapsos de memória.
Tenazes.
Que me deixam confuso.
Como num beco obscuro,
quase que não enxergando.
A vida que ainda vivo.
Que só é questão de tempo.
Como um sopro ou como um vento.
Levando embora o meu conhecimento.
Preservando minha tal ignorância.
A única riqueza que me restou.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Soneto do Capitalismo Universal.

O Estado nos criou.
Mais um número.
Seja bem vindo.
A um universo estatístico.

Numerologia que envolve os cifrões.
As estrelas, valores e constelações.
Desse universo vasto e amplo.
Também de mazelas e conspirações.

Estrelas e infinitos...
Estamos nesse abismo.
Submergindo nosso positivismo.
Dessas prestações, alimentando o capitalismo.

Contagens ruins...

Se pegarmos as estrelas do universo.
Multiplicarmos cada grão de areia do Saara.
Elevarmos a potência por cada gota,
daquelas que compõe o oceano.
Teremos o resultado final.

Que nessa vida.
Não valemos menos que 1 real.

Mas o que levarmos daqui como conhecimento.
Ah... Isso é milionário.



POR:
Dimenor & Paulo Rams


sábado, 9 de julho de 2011

Por um bom tempo

As atrações que me deixaram desatento.
As multidões que caminharam contra o vento.
Alienações que me fizeram,
ser estático por um bom tempo.

Por um bom tempo...

Cortaram meus pulsos.
E eu sem saber quem me deixou,
enforcado no fundo de um quintal...
Quem trocou meu vício, pelo prazer banal.
Quem? Que diante de um espelho,
dava risada e achava isso tudo normal.
Sendo estático por um bom tempo....

Por um bom tempo...

As ações me deixaram mais velho e mais lento.
As confusões me permitiram, enlouquecer antes do tempo.
Alucinações que me deixava, cada vez mais querendo.
Querendo, por um bom tempo...

Por um bom tempo...

Me suicidei e renasci...
Me insurgi e por isso morri...
De desgosto pela falta do oposto...
Não tinha o porquê sorrir...
E sem sorrir por um bom tempo...

Por um bom tempo....

Por isso mesmo,
tive o maior de todos os medos.
Por um bom tempo tive medo de mim...

Apenas de mim.
Eu era o meu maior inimigo...
Isso por um bom tempo....

IN MEMORIAM
de Giovani 08/07/2011
que estudou na 5º Série do (EJA) EMEF. Olavo Fontiura.
Esteja em Paz.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cidade caída

Babilônia prevista na bíblia.
Chamas acesas,
nos escombros as vidas...

Sedução do consumo.
Predatório consumo,
percas de tempo...
Nos templos e congregações.
E nos velórios...
Tristes velórios cultuando seus mortos.

Choro, risada...
Olha o palhaço fazendo a piada.
Com a Babilônia caída.

Escombros.
Concretos em pó.
E mais escombros...
Olha o filho,
que carrega seu pai no ombro...
Com os pés calejados,
a vergonha de seu passado.
A puta que pariu o filho,
se esconde em seus esquecidos sonhos.
De jovem donzela querendo encontrar seu príncipe.
E arquiteta seu novo plano.

Mas é tarde,
a cidade caiu.
Torre de Babel maldita.
Que já fora identificada,
nos textos sagrados da bíblia.
A cidade caída.
Nos raios dessa cidade suicida.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

(Trovador Mineiro)


Se um dia ocê quisé me encontrar...
Aponte pro sul de minas,
e ande...
ou melhor galope.

Siga o cheiro do doce com queijo,
de um beijo da morena de olhar mineiro.
Da velhinha barrendo o quintá.
Das maritacas no milhará.

O boi geme no
mourão,
tucano avoa pro pé de mamão,
cantando seu canto inteligente,
avisando pra essa gente
o ronco do trovão.

por: Bruno A. Campos