terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ciúmes

Ele é navalha
E Sangra a pele
Couraça e armadura
É a brecha
fissura
 granito
E grita...
Pelo ódio
Transbordando
Alagando
Residências
E ao pedir clemência
É ainda mais cruel
Com lágrimas
De seu fel
Insano
No engano
Na mentira
Corja
Que assassina
A esperança!
Numa dança
Derretendo-se
Como ártico
Que lentamente
Despiu-se
Mostrando sua nudez.
Não perdendo
A característica
Fria e calculista
É o medo
Verdade absoluta!
A vergonha de viver.
A causa e o efeito.
A imoral
O defeito
A imortal inconsciência.
De sentir-se menos.
É a venda nos olhos.
O ato e o remorso.
Perseguição, 
preguiça.
É o pelo no ovo.
Cobiça!
É o amor em regresso
Possesso
Em possuir
Dominar e exigir.
As correntes
Que nos prende.
A não avançar
Não prosseguir.

(Paulo Rams)

domingo, 8 de setembro de 2013

Bloco Negro!

Nos muros da cidade
Palavras de ordem
Progresso pichado
A bandeira da pátria assassina
Propagando anarquia
Como teoria? 
A prática!
Linha de Frente
De uma guerra.
Velada por um império
Não anunciada
Mas a muito praticada
Sujeitos de sorte
Que escolhem a própria morte
Única alternativa
De manter-se vivo
Como escuridão!
Tropas em prontidão
Esperando um pé
Entram em ação
Máscaras, 
Escudos.
E as armas improvisadas 
São nossos próprios punhos
Sangue, 
Choro,
E a luta libertária 
Acompanhada por:
Risadas e gargalhadas
Não da criança
Segurando arma engatilhada 
Ou molotov acesso
E ao mesmo tempo 
Contendo o soluço 
E limpando lágrimas
Mas, 
do oficial de farda
Que cumpre ordens
Da pátria que pariu
Tal indignação.

Nosso dever?
Apanas abrir os caminhos!
Deixando nosso rastro
De passagem 
Bloco Negro