quinta-feira, 2 de julho de 2015

Gramado verde da esplanada!


(POEMA DESABAFO II)
Quem nos dera ter a chance de sentir a grama verde
E que de todo seu esplendor,
Ora tão bem cuidada...
Fosse assim,
como carpete do mais confortável luxo!
Da minha, da sua, de nossa morada.
Fazer-se daquela imensidão
Chamada esplanada
E seus numerosos ministérios...
Acolhedores dessa massa.
Sem chão, sem teto, sem terra e sem nada.
Que essa tal reforma agrária...
Não seja como sempre
Apenas palavras....
De um livro esquecido,
desconhecido.
Do rebanho de ovelhas,
gados desassistidos.
Contraídos de doenças planejadas,
Aglutinadas dos cânceres.
Da sociedade destroçada.
Essa grama verde servindo de pasto,
para os fantasmas vivos.
Desses poderes...
Judiciário, Executivo, Legislativo...
Fazendo de tudo pra permanência.
Do clã reacionário.
E gritam vitória!
Vitória da criança mimada
Que detêm o poder...
Da manipulação!
No dia em que a vitória
Foi do nosso futuro trancado!
Sem direito a educação...
Ressocialização.
Perdemos mais uma vez.
Com apenas dezesseis!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Essa injusta Redução da Maioridade Penal!

Eu roubei e fui roubado
Tranquei minha matricula
E fui matriculado
No tráfico...
Ora fogueteiro, aviãozinho ou vapor
Tirava um atraso sem carteira assinada
Com idade pro colégio
Consegui um bom valor.
Sou formação da rua...
Que no farol
Levantam os vidros
Quando chego pra pedir uns trocos
Mas foi pouco
Por muito pouco
Não me deixaram no abrigo
Na fundação me fizeram bicho
Na CASA que nos arrasa
Que tiram-me o que não tenho
E o que nunca consegui
Sou ladrão sim
Traficante de drogas
Dessa droga de país
Em que políticos Bala, Boi e Bíblia
Nessa roda sou a pauta do BBB
Dão risadas ao me ver
Morto!
Alvejado!
Apenas mais um preto, pobre nessa vala
Com apenas 12, 11, ou 9 anos encravados
De idade e de bala.
Conferem aí
Veja se fui mesmo ao inferno
Não tenho RG
Apenas do nascimento
Certificado
Sem assinatura paterna
Sem reconhecimento
Trampando nas vielas
Querem mesmo é que eu mofe em suas celas?
Por quê será?
Lucratividade para o estado!
Lotadas, superfaturadas!
Sou apenas motivo
Para cadeia privatizada!
Se liga aí, é mais fácil deixar-me preso
Pra que não seja do meu lado
De onde sai os pipoco
Parece louco
Mas difícil é educar, fazer do conhecer
Pra que eu possa mudar
Revolucionar
Ser o diferencial
Nessa porra de Brasil
Puta que o pariu!
Você que não me viu não conhece
Não sentiu
Apoia a redução da maioridade
Que pena!
Irei mais cedo pra faculdade
Serei estrela do Datena!
Brasil Urgente
ou Cidade Alerta
do Marcelo Resende
Tá fácil, sou o atraso da nação
Mas, o que faço.
Se é você que está na disposição
Pra que eu esteja trancado!
E você sonhando em se trancar na sua mansão!
Piada de mau gosto
Seu filho que é bem disposto
A ser muito pior do que eu
Queimando índio, mendigo
Agredindo e matando
Homossexual e mulher
Saindo impune
Nessa meritocracia irracional
Que dá direito a quem tem
Pra pagar advogado, juiz...
Pra essa classe maldita que acha normal
Esse recado é pra você
Que acha justo
A redução da maioridade penal.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Alucinação


Minha alucinação,
É suportar o dia a dia
Como o autor da divina comédia humana
Sabiamente já dizia.
Angustia que suporto
Assistindo as artroses
Do desgoverno de sua base aliada.
Do pulmão que causam as tosses.
Tuberculoso na falha de aceitar a esmola.
Com mão que aperta a do opressor.
E que omite sua falta de amor.
Vulneráveis seres da vulnerabilidade.
Que ao baixar nossas cabeças
Escondemos nossas habilidades.
E escrevemos...
Na ponta do lápis,
Na tinta da caneta
Que seja nossa válvula de escape.
Antes que possamos explodir
E mandar tudo para os ares.
Que seja essa palavra
Ora escrita
Ora falada.
Na oralidade de uma experiência
Repassada a geração
Que no mínimo de competência
Seja menos ignorante
E com mais atenção.
Que vigie seus tais “líderes”
E que neles jamais acreditem.
Pois sábia é a sociedade que não aceita
Ser manobra de politicagem.
E com o poema de Drummond
Derradeiro essa mensagem
Nossas alucinações
São alegorias de nossa realidade.

(Inspirado em Belchior, Drummond e nossas experiências por coisas reais)

sábado, 17 de janeiro de 2015

R$ 3,50 Nem Tenta!

A multidão que se espreme
Pelas ruas se espalham
A carne que sangra
É navalha que corta
Gangrenando a coragem
Com faixas, atitudes e cartazes.

Batalhões encapuzados
Não se comove
Sem identificação
Ou identificados
Todos com o mesmo símbolo
O do Estado
O choque
Terror
Bombas voando do oitavo andar
Chama atenção
Dispersa multidão
Prende o baderneiro
Que a tarifa não quer pagar
Passa por baixo
Pula a catraca
Peça carona
Avisa o chefe
O movimento tem que aceitar
Não adianta reclamar
Quebrar, espernear
Coloco meus cães pra te caçar
Líder nato do estado
De sangue autoritário
Eu que mando
Aumento os impostos
E reduzo seu salário
Se, falta água a culpa é tua!
Arca com as consequências
Ou toma banho
Na casa de vossa excelência
O grande ditador
Ou o do raio gourmetizador
Pinta rua de vermelho
Com sangue de manifestante
E faz dessa brecha
Ciclo-faixa pra classe média
Passe Livre vira piada
Engole a seco as gargalhadas
De coxinhas e de reaças
Que na internet comenta
Ou querem tudo ou ficam com nada.
Troca – troca de secretário
Pra garantia continuada
Passa, repete, esquece.
Chega!
Vê se não me aborrece!
Passe Livre é pra todos.
3,50 Nem tenta!
Grita a voz da resistência!


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

No passo dado (pra ela)

Qual passo dado
Laço amarrado
Traço de linha acertado
Motivações que não fazem curva 
Segue-se a disputa
Sadia de fazer um do outro mais feliz
Dois mil e quinze renovados.
Minha conduta 
Postura 
Sem rodeios
Na linha reta te anseio.
Ao passado 
Presenteio 
Dois mil e catorze
Com sorriso farto
Saciado 
De tanta felicidade
Meu passo
Laço
Passível de amasso
Caminho junto
É isso aí, tamu junto!
Eu e meu amor lado a lado.
E não é de boca pra fora 
É de fora pra boca 
Delicio-me em seus lábios.
Em seus braços
Em seus seios
Em seus passos
Em seus...
Desenho os meus
E deles os meus faço.
Seu meio, meu meio.
Nosso meio 
De eternos amados.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Mundo véio tão novo

Eita mundo véio tão novo
Que ao engatinhar
tropeçando em seus erros
E fraldas por trocar.
Aplica desconfiança
em todos os olhares
Inclusive nos meus.
A falta de respeito
O tal engajamento ao preconceito.
Aniquila a luta
Fomentando arrogância.
Uma falha ou medo de segurar o refrão
De pedir o necessário perdão
Reconhecendo o erro
mesmo estando certo.
Por perto de alguém que segura o samba
E não permite o cavaco sorrir
e rir desafinado...
Até que o passo possa cair
e acabar como começou.
Empolgado, ansioso
Com esperança
De uma parca mudança
Pois bem...
Eita véio mundo que dá seus primeiros passos.
E a corda quando arrebenta
sempre desata por esses lados.