O que tenho
São meus protestos
Malditos versos
Que amam a desordem
Essa sim
Quer-me a toda hora
Com pênis ereto
Obelisco
De afirmação machista
Com perna aberta
Pra trepar revolução!
E a sociedade
Ao gozo das imposições de ordem
Princípio de suicídio
Afundando-se em papéis da burocracia
O que tenho
Além dos protestos
Mais mesquinhos
Pequeninos
Na imensidão
das
necessidades
Versos agraciados
Que se curvam
A gramática da vaidade
Da pontuação e da concordância
Respeitando a forma culta de uma palavra.
Foda-se!
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