O poder da palavra
A ilusão que nos abraça
O reflexo de nosso eu
A verdade que nos regaça
Agravante solidão
nos plurais de qualquer verbo
sou ovelha e sou leão
individuo errado ou certo
Dessa minha língua
Sou errante em gramática
Me dê alguns números
E lhe escrevo um texto em matemática
Sou nada, por um momento
Sou tudo, ao mesmo tempo
Revelando meus intuitos de loucura
Impulsionado em desejos e fissuras
Sou completo e complicado
Posso dizer que nunca conformado
Meu cárcere é meu corpo
Que por dentro revela-se um louco
Em túnel preso a escuridão
Sou refém!
Em meu limite chego além.
E num horizonte enxergo a luz
De um caminho que me conduz
E sutis rimas que me enobrece
Das lágrimas secas
Minha alma se faz chorar
Lembranças frias e grotescas
Sou poeta e sou louco
E um espírito bem disposto
A caminhar com esse meu carma
Sendo o corpo cárcere de minha alma.
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