Transeuntes passam e ultrapassam
Se empurram e se esbarram
Em uma louca competição por aquisição
Não pensam no próximo como irmão
Mas olhem para o lado
Veja o que está no chão
São viciados, esfarrapados
Miseráveis sem condição
Essa é São Paulo
Capital de mil sintonias
Que dia a dia convivemos
Com essa louca correria
Declaro aqui minha indignação
Da maior cidade dessa nação
São mais de 11 milhões
Que vivendo aqui não nega
Do maior centro urbano
Do Sul da grande América
O centro da cidade
É uma imensa babel
Observo, me deparo com pessoas
provando do amargo fel
a mendigagem prova grande
da desumanidade
de um sistema bem cruel
O capitalismo que é selvagem
Não é latente! É evidente!
Segregando toda essa gente
Acumulando miseráveis
Solidariedade está ausente
E vejamos mais
Em eleições, essa massa é capaz
De rejeitar a Cristo elegendo Barrabas
Vemos nas ruas quantas crackolândias
Como zumbis (mortos vivos)
As condições de crianças, adultos, jovens
Sem teto, moribundos
Trocam tudo, vendem de tudo, roubam de tudo
Se sujeitam a tudo por troca de uma pedra
Criptonita enviada dos infernos
Perambulam de um lado a outro
Com cachimbinho e isqueiro nas mãos
Na nóia do crack, parecem monstros
Disputam com ratos em época de frio
Espaço até nos esgotos,
Enrolados em imundos cobertores
Caminho por aqui e relato isso com grande desgosto.
Não fosse necessário
Nem pisava nesse centro
Mas não adianta dar as costas a isso tudo
Pois intenciono em lutar
por um sistema humanitário
que reverta isso algum momento
Primordialmente o que se passa
de uma forma nebulosa
percorro ruas e praças
são pessoas numerosas
indo e vindo de trabalho
procurando emprego
ou correndo de GCM
os ambulante correm risco
de perder seu mínimo sustento.
Deparamos com preconceitos
Diversos e muitos gêneros
Deparamos com misérias
Grandes vícios e seqüelas
E o consumo predatório
Usem mais, fumem mais
É morte certa
Nem de singelo velório
São milhões de universos
Em um constante vai e vem
Lotam metrô e os ônibus
Se espremem em trânsitos e nos trem
Essa é São Paulo
Cidade da diversidade, da maldade
Dos planos, dos grandes edifícios
E dos poderosos bancos, cidade do desperdício
E de pessoas de todos os cantos
Cidade da oportunidade e da perdição
Esse é o centro da cidade
Que vemos essa péssima condição.
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