quinta-feira, 31 de março de 2011

Sentido Terminal Capelinha

Puta trânsito...

Vou escrever.

Sei lá, qualquer parada que me aparecer.

Olho pela janela.

Carros, ônibus, caminhões e motos.

Congestionamento.

Em São Paulo é rotina.

E eu dentro do coletivo.

Ônibus sanfonado.

Não importa o tamanho.

Sempre está lotado.

Pelo menos viajo sentado.

Uma viagem sem sair do lugar.

A porra do buzão ta parado.

Quando chegar ao terminal.

Ainda tenho outra fila.

Pra outro ônibus esperar.

Com fone no ouvido.

Escutando um Espaço Rap.

U bagulho é loco.

Ao menos como diz o Hood.

Rap Du bom.

Distrai-me um pouco.

Nesse meu mundo.

Escrevo essas linhas.

Sentido o terminal Capelinha.

sábado, 26 de março de 2011

Depois de Chorar

Cada lágrima é uma dívida.

Que o seu rosto contrai.

Se paga exercitando os músculos de sua face.

Na manifestação de um sorriso.

Sorria!

Mesmo que esteja sendo filmado.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ao prefeito de Sampa

Oportunistas matutos.

De partido coronelista.

Herdeiro da militar ditadura.

Hoje prefeito.

Amanhã governador.

Quem sabe presidente?

Espero que não!

São como pestes conservadoras.

Propagam-se como baratas.

ARENA, PFL, DEMONIOCRATAS.

Não entra em ônibus.

Vai ver que é por isso.

Que no Brasil todo,

pagamos a maior tarifa.

E para se manter no poder.

Deserta de seu partido e cria nova sigla.

terça-feira, 22 de março de 2011

Ditadores das Regras


História é um barato.

Previsível como jogo de cartas marcadas.

Pelos impérios ocidentais.

Ditando regras, armando suas jogadas.

Até hoje procuram no Afeganistão.

Os vestígios de Osama Bin Laden.

No oriente médio tomam de assalto.

Toda a riqueza do solo de um povo árabe.

Saddam Hussein foi sentenciado.

Tirado do buraco como um rato.

Seu fim.

Como em tempos medievais enforcado.

Talvez o mesmo destino que maquinam.

Para Ahmadinejad no Irã.

Para os ditadores do Bahrein, Iêmen e Síria.

Mas a bola da vez é Muammar Khadafi na Líbia.

Palmas para aqueles que pregam a Democracia.

Propagando um banho de sangue e selvageria.

Palmas para os senhores da guerra.

A história nos ensina, ela se repete e nos revela.

Quem são os verdadeiros ditadores das regras.

Intervenções militares.

Armamentos bélicos de última tecnologia.

Para dizimar povos e impor o que eles chamam .

De DEMOCRACIA.

domingo, 20 de março de 2011

Autômato

Não pergunte, não estude!

Não leia, não escreva!

Não diga não se arrisque!

Não se sensibilize não se regozije!

Não seja não creia, não crie.

Não acredite não tenha fé!

Não pense, cale-se!

Não pare não saia.

Não olhe não mire!

Não queira e não se admire.

Seu querer é não saber exatamente no que quer.

Se chegar a querer algo.

Fique no se.

Esqueça!

Só não esqueça.

Não enriqueça!

Não se adapte.

Não cogite não apite, não opte.

Não reivindique!

Não apareça não pareça!

Não perca novamente a cabeça.

Não corra não ande!

Não olhe pra traz e não se levante.

Não saia da poltrona.

Não peça carona.

Não arrisque não petisque!

Não trabalhe para si.

Pois é dos outros o lucro que se tem no bolso.

Não tenha, não obtenha!

Não reclame, não procure e não se segure.

Não interprete, não cante e não se estranhe!

Não esqueça que para o Sistema.

Você é um autômato!

Uma Máquina programada!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Mulheres de Aquário

Mulheres que são deusas.

Delicadas, pequenas, mas gigantescas.

Mulheres divinas e não apenas.

São de Vênus, Amazonas e de Atenas.


Mulheres mães, esposas, irmãs, filhas e amantes.

Mulheres operárias, trabalhadoras e militantes.


Mulheres lendárias.

Astutas, perigosas.

Sedutoras e revolucionárias.


Mulheres de ação.

Sem elas... Nós homens.

Não temos chão.


Mulheres como Pagu, Rosa Luxemburgo,

Maria Bonita, Rosa Parks e Olga Benário.

Como Joana D’arc, Janis Joplim, Winnie Mandela,

E as mães argentinas da praça de maio.


São alguns exemplos.

De mulheres de opinião.

Do movimento feminista.

Reverenciamos como inspiração.


Já dizia o poeta Vinícius de Moraes.

Que as mulheres da era de aquário.

São tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais.


Se o que se quer é a boa esposa.

A aquariana pousa.


Se o que se quer é outra coisa.

A aquariana ousa.


Se o que se quer é muito amor.

A aquariana é mulher macho sim senhor.


Porém não são possessivas.

Nem procuram dominar.

Ou são meigas e passivas.

Ou botam pra quebrar.


Do Sarau mais feminista de São Paulo.

Navegando continuo nesse mar.

Dessa arte eis o novo cenário.

Essa é para as mulheres da Cidade Ademar.



sexta-feira, 4 de março de 2011

Martelada no dedo

Como deve ser o gosto do amor?

Será como plantar uma flor?

Ou deve ser uma martelada no dedo,

em uma dor que acusa a própria força de violentar a paz,

de vida fria e sem valor.

O amor será a paixão calorosa e ardente?

Ou uma flor mal cuidada,

implorando pra que seja regada,

por nossos olhos cegos,

furando a parede em marteladas.

O amor é sutil como pétala de orquídea?

Ou selvagem como vício no labirinto sem saída?

O amor é tudo,

o amor é nada!

O amor é uma dor de solidão compartilhada.

* Inspirada na frase do companheiro de caminhada Bruno A. Campos