sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Contra a repressão e a tarifa de R$3,00

Nessa quinta-feira dia 17 de fevereiro, estive na 6º manifestação promovida pela MPL (Movimento Passe Livre), que se organiza desde o inicio do ano contra o aumento da tarifa de transportes públicos do município de São Paulo.
O movimento é organizado por estudantes universitários que reivindica seus direitos de ir e vir gratuitamente, obrigação constitucional do estado.
Essa legitima e pacífica manifestação em que se .aderiram outras organizações, coletivos e partidos políticos, vem sendo reprimida excessivamente por instituições que deveriam proteger a integridade dos cidadãos, não ocorrendo isso a questão é, o que ocorre com a mentalidade desses ditos defensores da lei e da ordem pública e os representantes do povo? Eis a resposta:
A manifestação teve inicio ao meio dia, no momento em que 6 companheiros estudantes se acorrentaram nas catracas que dão acesso ao elevador do edifício da Prefeitura, às 17 horas estava programado a mobilização em frente ao edifício. A principal reivindicação era apenas uma abertura de diálogo com o Prefeito Gilberto Kassab, para um acordo de redução de tarifa que o mesmo vigorou para R$3,00 no dia 05 de janeiro. Um aumento de 11,11% absurdo e abusivo, acima da inflação.
Cheguei ao viaduto do Chá às 16 horas, já haviam alguns manifestantes no local, e o que me surpreendeu foi a quantidade de policiais com seus armamentos e escudos, que nesse horário ultrapassava o nº de estudantes. Mais ou menos por volta das 18 horas, em que contabilizamos um nº de 500 pessoas aproximadamente, na grade que nos bloqueava o acesso a porta principal da prefeitura, entre gritos e comandos de redução de tarifa, foram lançados em nós spray de pimenta pelos GCM (Guarda Civil Metropolitano), nesse momento a confusão começou, o confronto durou cerca de 1 hora, a Polícia Militar junto a tropa de choque fizeram uma linha de enfrentamento com seus escudos, atacando-nos com balas de borracha, bombas de efeito moral, e gases lacrimogênio, no máximo o que partiu de nós foram alguns rojões que acendemos por resposta e uma mínima resistência, contra a agressão. Na correria alguns de nós foram atingidos, por balas de borracha, covardemente outros policiais cinco ou seis GCM's e PM's, imobilizaram enforcando, batendo e chutando um de nossos companheiros - entre as vítimas não foram só nós estudantes que foram alvejados covardemente por esses brutamontes fardados - mas jornalistas, câmeras e até vereadores como no caso de José Américo Dias, Juliana Cardoso e Antônio Donato, todos do PT, que comprovaram que os agressores não tinham nem sequer identificação.
A manifestação perdurou até às 23 horas, horário em que os 6 companheiros foram desacorrentados e saíram pela porta central da prefeitura, foi exigido pela PM que os mesmos fossem identificados e detidos, dessa forma rolou o impasse na negociação, pois qual a alegação de violação da lei que nossos companheiros estavam assumindo? Nenhuma!!! Sendo dessa forma eles só se identificaram e saíram do local.

É mais esse episódio deprimente que prova que a ditadura de décadas passadas, ainda repercuti e está enraizada na mentalidade dessa instituição chamada POLÍCIA MILITAR, sem preparo e sem o mínimo de respeito para com os cidadãos que luta pelos seu direitos. A mentalidade dessa representação política medíocre e aliada aos empresários e a burguesia, também nos comprova que a luta só está começando.

Um comentário:

  1. É inacreditável , mas quando se fala de brasil , tudo isso é possível sim...Sabemos que manifestações como essa sempre acabarão dessa forma infelismente...ótima narração até me senti lá com vcs,parabéns!!

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